A SENTIR – Associação para a Integração e Reabilitação Social
vem implementando desde o outono passado, em parceria com a Junta de Arões São
Romão, o projeto «Ínclita Geração:
passado, presente e futuro», destinado a pessoas seniores da Freguesia e
que decorre ao abrigo do Programa
Juventude em Ação, em 2012/2013.
Trata-se de um projeto educacional que visa possibilitar à população
idosa da Arões São Romão um conjunto de atividades mobilizadoras de novas
competências e a partilha de saberes, encarados como forma de combate às
patologias próprias desta faixa etária.
“Promover o envelhecimento ativo, combater a solidão, incentivar a
socialização, retardar e evitar a institucionalização, potenciar a inclusão
social, apoiar a família e auxiliar no acesso a cuidados de saúde (nomeadamente
através da exercitação dos sentidos e da estimulação motora e cognitiva do
idoso) são algumas das principais motivações deste projeto” explicou Patrícia Abreu, educadora social gerontológica
e voluntária da associação Sentir.
Um ateliê de artes, aulas de informática, visitas culturais, sessões de
teatro, ginástica geriátrica, caminhadas e jogos tradicionais são algumas das
atividades que compõem o vasto leque de propostas lúdico-didáticas deste
projeto, centradas no edifício da Sede da Junta de Freguesia, todas as
terças-feiras das 15h00 às 17h00.
Patrícia Abreu, um dos
rostos deste projeto e a quem cabe a responsabilidade de promover um
envelhecimento ativo, (“com o objetivo de aumentar a expectativa de uma vida
saudável e com qualidade”) detalhou alguns dos objetivos do «Ínclita Geração»:
“Ele permite que os seniores percebam o seu
potencial para o bem-estar físico, psicológico e social, vivenciando atividades
lúdicas que contribuem para um aumento de autoestima, melhorando a sua
autonomia e independência pessoal. Este é composto por seniores ativos que não
se contentam em ficar em casa, a cuidar dos afazeres domésticos. Queremos
que eles saibam exprimir sentimentos através da pintura, que desenvolvam e
estimulem a imaginação, mas ao mesmo tempo que desenvolvam a sua motricidade
fina, a precisão manual e a coordenação psicomotora. Tudo isto porque é
fundamental evitar o isolamento, porque é importante que todos comuniquem,
discutam, estabeleçam qualidades grupais como a coesão, a partilha, o trabalho
em equipa…”.
Elvira Leite, uma
das participantes, sintetizou precisamente esse espírito de grupo: “Não
deixamos de ser quem somos, mas ficamos com a mais aberta. E convivemos todas!”
Numa altura em que as estatísticas identificam nos países ocidentais um
fenómeno generalizado de envelhecimento da população ativa, este projeto ganha
relevo. De resto, convívio e bem-estar são duas palavras que, de resto,
repetem todas as participantes. E porque não há idade para aprender, a
associação SENTIR vem-lhes propondo semanalmente uma abordagem às novas
tecnologias.
“O nosso público-alvo tem revelado dificuldades em entender esta nova
linguagem e em lidar com os avanços tecnológicos, mas revela também
curiosidade: estas tecnologias seriam algo de inalcançável até há bem pouco
tempo, mas agora são uma realidade” acrescenta a educadora responsável. “Estas
atividades, além de proporcionarem bem-estar, implicam uma melhor qualidade de
vida, desde logo por estimularem o sentido de autoestima”, concluiu a educadora
social gerontológica.
Fotos: Patrícia Abreu/ Associação SENTIR